terça-feira, 13 de setembro de 2011

Poesia Marginal

Ou geração mimeógrafo foi um movimento, sociocultural brasileiro que ocorreu durante a década de 1970, em função da censura imposta pela ditadura militar.
Isso levou intelectuais, professores universitários, poetas e artistas em geral, em todo o país, a buscarem meios alternativos, notadamente o mimeógrafo, tecnologia mais acessível na época. Da tecnologia mais usada vem o seu nome.

A poesia marginal foi uma prática poética marcada pelo artesanal, por poetas que queriam se expressar livremente em época de ditadura, buscando caminhos alternativos para distribuir poesia e revelar novas vozes poéticas. A poesia foi levada para as ruas, praças e bares como alternativa de publicação, alternativa que estivesse longe do alvo da censura.

Tudo era considerado suporte para a expressão e impressão das poesias, fosse um folheto, uma camiseta, xerox, apresentações em calçadas, etc. Sua produção literária não foi aceita por grandes editoras, pelo menos até 1975, quando a editora Brasiliense publicou o livro "26 Poetas Hoje“.

Principais autores:

Os poetas mais marcantes foram Ana Cristina César, Paulo Leminski, Ricardo Carvalho Duarte (Chacal), Francisco Alvim e Cacaso.


Cacaso: 

Antônio Carlos de Brito (1944-1987), foi um professor universitário, letrista e poeta brasileiro.


JOGOS FLORAIS


Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá.


Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre:
a água já não vira vinho,
vira direto vinagre.